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BLOG TUBERCULOSE: CIRCULNDO A INFORMAÇÃO

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Cabo realiza ação em alusão a Semana Estadual de Combate à Tuberculose

Publicado em 30/11/2018

O Cabo de Santo Agostinho é o terceiro município com mais casos de tuberculose identificados no estado de Pernambuco. Pensando nisso, a Secretaria Municipal de Saúde promoveu na manhã desta segunda-feira (26/11), na Unidade de Saúde da Família (USF) Bela Vista I, uma ação em alusão a Semana Estadual de Combate à Tuberculose. Na ocasião, foram entregues panfletos educativos e ofercido orientações sobre os métodos de prevenção e tratamento.

Na ação, profissionais de saúde alertaram sobre os tipos da doença, além de destacar o principal caso registrado, a tuberculose pulmonar. Apesar de ser mais comum no pulmão, a doença pode atingir outras partes do corpo, como rins, olhos, meninges e a pele.

Segundo a Coordenadora Municipal do Programa de Controle à Tuberculose, Vanessa Cordeiro, a principal ferramenta para a prevenção é o conhecimento. “Quanto mais informação for levada, menos casos serão identificados. O Sistema Único de Saúde (SUS), disponibiliza   tratamentos gratuitos, e quando os sintomas são observados, é essencial que o indivíduo procure um profissional para fazer a avaliação“, disse.

Para realização de exames mais rápidos e eficazes, o município disponibiliza um equipamento de rastreio da tuberculose, considerado como um dos mais modernos atualmente, denominado teste rápido molecular. Com a nova tecnologia, o resultado do exame pode sair em até duas horas.

“Descobri a doença no ano de 2016. Depois de 15 dias com uma tosse forte e febre baixa, fui até o hospital. Quando diagnosticado, comecei a tomar o medicamento diariamente e realizar visitas regulares ao médico” afirmou Ivanildo Batista, de 59 anos, que identificou a tuberculose em fase inicial. “O tratamento, apesar de delicado, deve ser feito assim que os primeiros sintomas aparecerem”, concluiu ele.

O paciente, para realização dos exames e testes rápidos, deve procurar a Unidade de Saúde da Família (USF) mais próxima da sua casa ou o Centro de Testagem e Aconselhamento Herbert de Souza, no Centro do Cabo. Para o atendimento, é necessário portar um documento de identificação com foto.

DOENÇA – A tuberculose é uma doença muito ativa em toda a população pernambucana e na maioria dos casos está associada ao alcoolismo, ao uso de drogas, diabetes, soropositivos e transplantados. Sendo mais frequente em homens na faixa etária entre 20 e 60 anos, os principais sintomas são: tosses por mais de três semanas, febre baixa, principalmente no período de final de tarde, suor noturno muito intenso e a perda de peso acelerada.

Texto: Luana Valentim – Estagiária Secom/Cabo

Fotos: Pedro Batista

Programa Nacional de Controle da Tuberculose lança Boletim Epidemiológico sobre experiências de programas de controle da tuberculose: ‘Porque juntos iremos detectar, tratar e acabar com a tuberculose como problema de saúde pública’

Publicado em 12/09/2018

Ocorreu no 54º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Topical e VII Workshop Nacional da Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose (REDE-TB), Olinda (PE), o lançamento do Boletim Epidemiológico sobre experiências de programas de controle da tuberculose: ‘Porque juntos iremos detectar, tratar e acabar com a tuberculose como problema de saúde pública’

A edição inaugural desse Boletim traz relatos das experiências de estados e municípios brasileiros na elaboração e implementação de ações para o enfrentamento da tuberculose como um problema de Saúde Pública no Brasil em, particularmente, seus territórios. As experiências relatadas, além de valorizar o protagonismo dos programas de controle da tuberculose, estabelecem um diálogo entre os serviços de saúde e a sociedade. O Boletim Experiências de Programas de Controle da Tuberculose: ‘Porque juntos iremos detectar, tratar e acabar com a tuberculose como problema de saúde pública no Brasil’, produzido pela Coordenação-Geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, constitui um importante instrumento de comunicação e divulgação das experiências exitosas na prevenção, assistência e controle da tuberculose no Brasil.  Acesse aqui o Boletim 

Acesse aqui o Boletim: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/setembro/05/2018-041.pdf

SVS propõe criação de Comitê Interministerial pelo Fim da Tuberculose

Publicado em 10/08/2018

Aconteceu na manhã desta sexta-feira (10), a reunião preparatória para a criação do Comitê Interministerial pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública no Brasil. O objetivo da reunião foi apresentar a proposta de criação do Comitê e pactuar uma agenda interministerial de trabalho. A criação do novo organismo deverá ocorrer por meio de Decreto Presidencial.
 
Para discutir a proposta, além do Ministério da Saúde, participaram da reunião representantes dos ministérios do Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Cidades, Extraordinário da Segurança Pública, Relações Exteriores, Educação e Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação.
 
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), Osnei Okumoto, destacou a importância da iniciativa, salientando que “a tuberculose continua sendo um grave problema de saúde pública. Em 2017, o Brasil notificou 72.000 casos novos da doença. Por isso, iniciativas como a criação do Comitê Interministerial são muito importantes para que o Brasil possa honrar os compromissos assumidos junto à Organização Mundial de Saúde e à sociedade”.
 
De acordo com estudo apresentado por Denise Arakaki, titular da Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Departamento de Doenças Transmissíveis (CGPNCT/DEVIT), a “tuberculose é a doença que mais mata no mundo, apesar de ter tratamento”. Na reunião dessa sexta-feira, ela destacou a importância da intersetorialidade  na formação do Comitê “porque as pessoas com menos escolaridade são aqueles que mais adoecem por tuberculose, além de serem as de menor poder aquisitivo, por isso outros ministérios precisam estar envolvidos para apontar soluções”. Ela destacou ainda a importância do Programa Bolsa Família por funcionar como proteção social e reduzir o número de casos de tuberculose entre a população de baixa renda.
 
Com a criação do organismo interministerial será possível fortalecer o desenvolvimento de ações multissetoriais direcionadas à proteção social, à garantia dos direitos humanos, à educação e à cidadania da pessoa com tuberculose, bem como garantir a intensificação da pesquisa e a inovação para a incorporação de iniciativas inovadores visando o aprimoramento do controle do agravo.
 
O Ministério da Saúde, por meio da CGPNCT/DEVIT, assumiu o compromisso de propor a criação do organismo durante a primeira “Conferência Ministerial Global: fim da tuberculose na era dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, realizada em Moscou, Rússia, em 2017, explicou Denise Arakaki.
 
Plano Nacional - No ano de 2017, em consonância com a Estratégia pelo Fim da Tuberculose da Organização Mundial de Saúde (OMS), foi lançado o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública. O plano apresenta como metas reduzir os coeficientes de incidência da doença para menos de 10 casos e de mortalidade para menos de um óbito a cada 100 mil habitantes até 2035. As estratégias de enfrentamento estão organizadas em três pilares: prevenção e cuidado integrado centrados na pessoa com tuberculose; políticas arrojadas e sistema de apoio; e intensificação da pesquisa e inovação.
 
A tuberculose (TB) segue como um grave problema de saúde pública no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a doença infecciosa de agente único que mais mata, superando o HIV. Em 2016, 10,4 milhões de pessoas adoeceram de tuberculose no mundo, e cerca de 1,3 milhão de pessoas morreram em decorrência da doença.

Carta Manifesto Fórum Estadual de Tuberculose do Rio de Janeiro

Publicado em 07/08/2018

MANIFESTO FÓRUM ESTADUAL DE TUBERCULOSE DO RIO DE JANEIRO
Dia Estadual de Conscientização, Mobilização e Combate à Tuberculose no Rio de Janeiro - 6 de agosto 2018
Lei Nº 5054/2007

Por conta do Dia Estadual de Conscientização, Mobilização e Combate à Tuberculose no Rio de Janeiro - 06 de agosto, nós, integrantes do Fórum de Luta Contra a Tuberculose no Estado do Rio de Janeiro (*), instância de articulação, mobilização e representação política do coletivo de entidades não-governamentais, governamentais, academia, associações comunitárias, Fóruns e Redes envolvidas no combate à Tuberculose neste Estado, vimos à público sinalizar a importância dessa data e da necessidade do engajamento solidário da população como um todo, para o enfrentamento efetivo e exitoso dessa doença que,   mesmo   antiga,   com   causas,   sintomas   e   tratamento   conhecidos   a   muitos   anos, continua a afetar milhares de pessoas em todo o mundo, inclusive no Brasil, com incidência acentuada nos segmentos e territórios mais vulneráveis, tais como moradores de comunidades empobrecidas, pessoas vivendo em situação de rua, privados de liberdade, indígenas e pessoas imunodeprimidas, com elevada relevância  junto às pessoas com HIV/Aids.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que, no mundo, 10,4 milhões de pessoas tiveram tuberculose em 2015, sendo que mais de 1,7 milhão de pessoas morreram por conta da doença, sendo  cerca de 400 mil pessoas coinfectadas com o HIV. A tuberculose multidroga resistente (TB-MDR) continua a ser um grande desafio de saúde pública e uma ameaça à segurança da Saúde.

Esses resultados configuram a Tuberculose como um grave problema de Saúde Pública, salientando-se que a OMS a reconhece como a doença infecciosa de maior mortalidade no mundo, superando o HIV e a Malária juntos.

Em que pesem os avanços nessa luta nos últimos anos, os dados epidemiológicos, no mundo como um todo e, em especial no Brasil, são extremamente preocupantes. Com uma média de 66.796 mil novos casos e 4.543 óbitos ao ano, e uma incidência de 32,4/100 mil habitantes, o Brasil continua a fazer parte do grupo de 20 países que, juntos, concentram 80% dos casos de tuberculose no mundo, razão do Compromisso Global de acabar com a epidemia de tuberculose até 2030.” (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS).

Já o Estado do Rio de Janeiro possui a maior incidência de casos no país (65,70 para cada 100.000 habitantes). No ano de 2016 foram notificados 14.453 casos em todo o Estado, sendo 10.761 casos novos. Cerca de 9,9% destes casos são de pessoas coinfectadas com o vírus HIV, sendo que a taxa de mortalidade no Estado, de 2001 a 2015, foi de 4.1 com 739 óbitos/ano.  

Sabemos que o processo de descontinuidade no tratamento da tuberculose se deve, em   grande   parte,   à   precariedade   de   atendimento   na   grande   maioria   das   Unidades Públicas   de   Saúde   do   país;   seguidas   de   uma   sucessão  de   falhas no processo que, quando denunciadas,   geram justificativas frágeis, explicações descontextualizadas e, perdoem-nos, nenhuma ação que de fato, solucione os problemas que, mais que  simples   denúncias,   são,  na   prática,   um   forte   e   significativo   indício   de   total abandono  à   própria   sorte   dos   pacientes   e   dos   profissionais   dessas   Unidades;   o   que caracteriza a tuberculose enquanto “doença negligenciada”.

Diante de tantas lacunas é que vimos conclamar a população e cobrar das Autoridades e Gestores   da   Saúde, nos âmbitos Federal, Estaduais e Municipais, maior   empenho   no   enfrentamento   da   Tuberculose   e   seus determinantes sociais, acreditando que, por meio das ações abaixo propostas, seremos capazes de reverter os atuais indicadores da Tuberculose no Brasil e no mundo.

Propomos:

1. Aumento na participação das Organizações da Sociedade Civil e Grupos de Pessoas Afetadas   no   processo   de   enfrentamento   da   doença   e   do   estigma, valorizando as experiências e realidades locais;

2. Fortalecimento do investimento político, técnico e financeiro, na área de mobilização social, como componente estratégico e importante para o controle da tuberculose, assim como para a sustentabilidade da participação das Organizações Não Governamentais envolvidas   no   enfrentamento   da   TB; especialmente no combate ao estigma, ao preconceito e à discriminação, associados à ela;

3. Incremento nas ações de comunicação, informação e mobilização junto à população geral e, em especial, os territórios populacionais mais vulneráveis, com a criação de campanhas permanentes para populações específicas, utilizando novas estratégias para abordar o tema e garantir a visibilidade para a doença no Brasil;

4. Ações articuladas   com   as   Casas   Parlamentares, em âmbito Nacional, Estadual e Municipal, para adequação da Legislação no sentido de garantir o acesso aos pacientes e familiares aos benefícios sociais necessários;

5. Promoção da defesa e dos Direitos Humanos das populações mais vulneráveis à TB, em   especial   as   populações   em   situação   de   rua e privadas de liberdade, além   dos extremamente pobres, usuários de álcool e outras drogas e coinfectados pelo HIV;

6. Fortalecimento de parcerias intersetoriais, sobretudo com as áreas de Atenção Básica, Saúde Mental e Direitos Humanos, na perspectiva do enfrentamento ao crack e contra qualquer medida de internação compulsória;

7. Fortalecimento da atuação das lideranças do Movimento Social da TB nas instâncias de controle social, contribuindo no acompanhamento e aprimoramento das Políticas Públicas de Saúde relacionadas ao enfrentamento da TB e garantia da sustentabilidade das ações de base comunitária;

8. Adoção   de   uma   postura   de   protagonismo   na   discussão   acerca   da   adoção   de mecanismos de proteção social às pessoas com TB, sintonizada com a nova Estratégia Global de Controle da TB (End TB/OMS); com ênfase na cobertura universal, acesso rápido e gratuito ao diagnóstico e tratamento da TB, com suporte social às famílias afetadas pela doença;

9. Mobilização   e   fortalecimento   das   diferentes   instâncias   governamentais, direta   ou indiretamente envolvidas com a Tuberculose, de forma a criar condições e estimular ações efetivas na reversão dos atuais quadros epidemiológicos;

10. Investir esforços junto às diferentes instâncias de formação profissional médica e de áreas afins, diminuindo o desconhecimento a respeito da Tuberculose.

11. Fomentar, entre as diferentes instâncias governamentais, que uma parte dos recursos financeiros resgatados nas operações contra a corrupção, sejam no âmbito nacional, estadual ou municipais, sejam destinados ao enfrentamento da Tuberculose e suas coinfecções.


Finalizando, insistimos que nós, do Movimento Social de Luta Contra a Tuberculose; acreditamos   que   só   através   da   mobilização   social e do compromisso   político   dos gestores, bem   como, da   melhoria   das   condições   de   vida   da   população; junto à implementação de políticas públicas de moradia, trabalho e renda, é que poderemos conter o avanço da doença e reverter o atual quadro da mesma.

(*) Criado em 06 agosto de 2003, a partir da constatação da situação da tuberculose no mundo, no Brasil e, em especial, no Estado do Rio de Janeiro, o Fórum Estadual de Combate à Tuberculose no Estado do Rio de Janeiro é uma instância representativa das Instituições não-governamentais, governamentais, Academia e Associações Comunitárias e sem fins lucrativos que desenvolvem atividades de advocacy, comunicação, mobilização social e educação em saúde; com o objetivo de mobiliza-las para atuarem também no desenvolvimento de atividades de prevenção, assistência e defesa da dignidade, da cidadania e dos direitos humanos das pessoas afetadas pela Tuberculose no âmbito do Estado, com participação efetiva em diferentes instâncias no âmbito local, nacional e internacional.

Rio de Janeiro-RJ, agosto de 2018.

Colegiado Gestor
Fórum Tuberculose RJ

Rede Jovem Rio+
Observatório TB e FBB
CEDUS e Grupo Pela VIDDA Niterói
Cruz Vermelha Brasileira;
CEDAPS e Centro Social Fusão
AMAC e Grupo Articulação SPA
Programa de Controle da Tuberculose - SES/SMS/RJ
Programa de Controle da Tuberculose - Itaboraí
Programa de Controle da Tuberculose – Mesquita

Relatório Luz  - Síntese II /  GT Sociedade Civil para Agenda 2030

Publicado em 07/08/2018

Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para Agenda 2030 analisou, a partir de dados oficiais, 121 das 169 metas que compõem o acordo dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), do qual o Brasil é signatário.

A tuberculose é abordada no campo ODS 3: SAÚDE E BEM - ESTAR.

Confira o documento na íntegra aqui

Tuberculose: uma doença social

Publicado em 21/03/2018

24 de março é o Dia Mundial de Luta Contra a Tuberculose. Considerada por parte do imaginário como uma doença do século passado, ela continua existindo e levando a morte milhares de brasileiros e brasileiras todos os anos. Mais cruel é verificar que ela ocorre principalmente entre populações vulneráveis, somando-se às dificuldades de acesso aos serviços públicos de saúde, o preconceito e as dificuldades de trabalho, moradia, saneamento e alimentação.

O Brasil tem impulsionado esforços no sentido de garantir testagem, acesso e tratamento a todos os atingidos (as) pela doença, grande parte deste empenho vem de ações da sociedade civil, que atua desde a articulação política nacional e internacional até o cotidiano no atendimento das pessoas afetadas, seus familiares e entorno social. É ali no dia a dia que se mede o efeito danoso da tuberculose na vida das pessoas e comunidades: a falta de informação gera o estigma e a discriminação, a falsa ideia de cura prematura gera a falta de adesão, a não testagem em algumas populações gera coinfecções que acabam levando ao isolamento, ao sofrimento e a morte.

A Parceria Brasileira contra a Tuberculose (Stopt TB/Brasil) – grupo formado por gestores, representantes da sociedade civil, da academia, de representações de fóruns e redes, agências internacionais e iniciativa privada, tem há mais de dez anos chamado a atenção para a necessidade do país voltar-se para ações amplas no controle da tuberculose. A busca de inclusão social é a grande ferramenta para que a doença seja reduzida em número de casos e, numa visão mais ampliada, tenha um fim como problema de saúde pública.

Fundamental é reafirmar em todos os espaços que a tuberculose existe e continua atingindo e matando muita gente, mas também é importante destacar que tem cura, desde que observado o preconizado no tratamento durante todo o seu período. Aliado a isto o apoio às pessoas afetadas é imprescindível para que a jornada de recuperação tenha um final positivo. Isto inclui a luta contra a exclusão social das populações mais atingidas: população em situação de rua, população prisional, pessoas que vivem com HIV e aids e população indígena. Olhando na perspectiva histórica são grupos que já acumulam vulnerabilidades, fruto do apartamento social que lhes é imposto, o que faz com as ações pelo controle da TB sejam também ações de direitos humanos.

O dia não é de festa, nem de comemoração, mas sim de um marco de compromisso e solidariedade com todos os atingidos pela tuberculose. Somando esforços atingiremos mais pessoas e garantiremos às próximas gerações uma realidade diferente, resultado das ações desenvolvidas hoje. Tuberculose tem cura, basta que um ambiente confiável envolva os pacientes e garanta a eles e elas uma qualidade de vida que o trate como cidadão e cidadã e não mero vetor de uma doença estigmatizadora.

* Márcia Leão é advogada e faz parte da Coordenação Executiva Colegiada da Parceria Brasileira contra a Tuberculose.

** Este texto foi elaborado coletivamente pela coordenação colegiada formada por: Márcia Leão, Jair Brandão, Liandro Lindner e Ricardo Malacarne.

O RS conquista o primeiro lugar no Prêmio de Incentivo em Ciência, Tecnologia e Inovação para o SUS

Publicado em 05/12/2017

Nesta quarta-feira (29), o Rio Grande do Sul foi anunciado como o Estado vencedor do Prêmio de Incentivo em Ciência, Tecnologia e Inovação para o SUS, promovido pelo Ministério da Saúde, conquistando o 1º lugar com o projeto “Novas Tecnologias para Estudo da Tuberculose” da Professora Maria Lúcia Rosa Rosseti da ULBRA e com participação da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde - FEPPS e da Universidade Federal do Rio Grande - FURG. Os vencedores foram anunciados no evento “Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde 2017: conectando pesquisas e soluções”, que tem prosseguimento até esta quinta-feira (30), em São Paulo (SP).

A avaliação dos trabalhos nas categorias acadêmicas (Trabalho científico publicado, Tese de doutorado e Dissertação de mestrado) é realizada em duas fases: a primeira por especialistas e a segunda por comissão julgadora. A categoria Experiência exitosa do PPSUS também teve duas fases de avaliação, a primeira de responsabilidade das FAPs e Secretarias Estaduais de Saúde de cada UF e a segunda por comissão julgadora. A categoria Produtos e inovação em saúde foi avaliada em fase única pela comissão julgadora, junto às avaliações da segunda fase das demais categorias.

Os prêmios variam entre R$20 mil a R$50 mil. O prêmio está na décima sexta edição e contabilizou 522 projetos inscritos em cinco categorias: Trabalho Científico Publicado; Tese de Doutorado; Dissertação de Mestrado; Produtos e Inovação em Saúde e Experiência Exitosa do Programa Pesquisa para o SUS: gestão compartilhada em saúde – PPSUS.

Nesta edição, na categoria PPSUS, indicados pelas Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs), concorreram pesquisadores de 18 Estados: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

As Chamadas PPSUS têm a proposta de aplicar a pesquisa científica, tecnológica e de inovação na melhoria do Sistema Único de Saúde (SUS) e, consequentemente, no aumento da qualidade de vida da população. O objetivo do Programa é apoiar e fortalecer o desenvolvimento de projetos de pesquisa que busquem soluções para as prioridades de saúde e atendam as peculiaridades e especificidades de cada Unidade Federativa, fortalecendo a Política Nacional de Saúde.
 

Vivendo com HIV mas morrendo de tuberculose

Publicado em 13/11/2017

A tuberculose mantém seu status indesejável na liderança de doenças infecciosas que mais matam no mundo. De acordo com o último Relatório Global de Tuberculose de 2017 da Organização Mundial da Saúde, lançado nesta semana, o progresso global em reduzir novos casos de tuberculose e mortes é insuficiente para atingir os objetivos globais para tuberculose e HIV, apesar da maioria das mortes poderem ser evitadas com diagnóstico precoce e tratamento apropriado para tuberculose e HIV.

Como parte dos esforços globais para promover a resposta à tuberculose, a agenda de desenvolvimento global agora recebendo destaque entre centenas de líderes globais que vão participar da primeira Conferência Ministerial Mundial da OMS sobre o Desempenho da TB em Moscou, de 14 a 17 de novembro, e em uma Reunião de Alto Nível dedicada à Assembléia Geral das Nações Unidas sobre TB em 2018.

“Temos uma oportunidade sem precedentes para um enfoque político sobre as desigualdades que impulsionam a epidemia de tuberculose e HIV”, disse Michel Sidibé, Diretor Executivo do UNAIDS, “O retorno do investimento em TB e HIV é mais do que apenas dólares, está nas vozes ouvidas, direitos protegidos e vidas salvas “.

Em 2016, o risco de desenvolver doenças da tuberculose entre os 37 milhões de pessoas vivendo com HIV era cerca de 21 vezes maior do que o risco no resto da população mundial. Houve mais de um milhão de casos de tuberculose entre as pessoas que vivem com HIV – 10% de todos os casos globais de tuberculose em 2016. As pessoas vivendo com HIV têm muito mais chances de morrer de doença de TB do que pessoas HIV-negativas e uma em cada cinco (22%) das mortes por tuberculose ocorrem entre pessoas vivendo com HIV. Em 2016, houve 374.000 mortes por tuberculose entre pessoas vivendo com HIV, o que representa quase 40% de todas as mortes relacionadas à AIDS.

A doença da tuberculose e as mortes decorrentes podem ser evitadas com terapia preventiva, mas a maioria das pessoas que vivem com HIV que podem se beneficiar do tratamento não está recebendo. Em 2016, menos de 1 milhão de pessoas recém-matriculadas em cuidados com HIV foram iniciadas no tratamento preventivo de TB. A África do Sul representou a maior parcela do total (41%), seguida de Moçambique, Zimbabwe e Malawi.

O fardo global da tuberculose resistente aos medicamentos continua a aumentar com cerca de 600.000 casos que requerem tratamento, mas apenas um em cada cinco inscrito no tratamento em 2016.

A incidência mundial de tuberculose cai apenas cerca de 2% ao ano e em 16% dos casos de tuberculose as pessoas morrem da doença; até 2020, esses números precisam melhorar para 4-5% ao ano e 10%, respectivamente, para alcançar os primeiros marcos (2020) da Estratégia pelo Fim da Tuberculose da OMS. As principais lacunas permanecem no financiamento global para prevenção e tratamento da TB (US$ 2,3 bilhões) e pesquisa de tuberculose em novos medicamentos, vacinas e diagnósticos (US$ 1,2 bilhão) para 2017.

Pesquisadores e sociedade civil criam Comitê de Acompanhamento Comunitário em Tuberculose

Publicado em 05/09/2017

O Brasil agora conta com um Comitê Comunitário de Acompanhamento e Pesquisas em Tuberculose (CCAPTB/Brasil). O espaço, que tem sede no Instituto Clemente Ferreira, em São Paulo, foi criado para apoiar a atuação de pesquisadores sobre o tema. Nos dias 24 e 25 de agosto aconteceram as primeiras reuniões onde profissionais da área discutiram questões relacionadas à tuberculose. Atualmente 188 pesquisas estão sendo desenvolvidas no país com financiamento do DECIT (Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde).

Durante estes dois dias, cerca de vinte ativistas de todas as regiões do Brasil debateram o cenário político e tecnológico em relação à doença no país. Pesquisadores de diversas áreas, ligados à Rede TB (Rede Brasileira de Pesquisas de Tuberculose), apresentaram suas pesquisas e debateram seu desenvolvimento para possíveis interações com a sociedade civil. As realidades regionais foram destacadas, bem como particularidades a serem consideradas como coinfecções com o HIV/aids e Hepatites Virais, a proteção social da pessoa com tuberculose, orçamentos e prioridades.

 

Para Carla Almeida, do Grupo de Apoio e Prevenção a Aids do Rio Grande do Sul, o espaço é importante “para a formação e articulação política num campo que ainda tem participação reduzida da sociedade civil". Já José Carlos Veloso, da Rede Paulista de Controle da Tuberculose, identifica a necessidade de ações conjuntas dos segmentos sociais para que a " voz do engajamento comunitário seja ouvida junto às instâncias de decisão dos projetos". O pesquisador Ézio Távora, um dos idealizadores do espaço, avalia que o primeiro encontro foi "muito positivo para a criação e organização de uma rede de trocas de experiências e criação de canais de envolvimento comunitário mais efetivo".

Os membros foram escolhidos numa seleção que levou em consideração o currículo, experiências e realidades regionais. Sua coordenação colegiada é formada por ativistas ligados à área de mobilização social da Rede TB. Ao final do encontro os membros definiram um plano de trabalho que será colocado em prática até dezembro de 2017. Os trabalhos terão como prioridade o mapeamento de pesquisas que estão em andamento e o estudo aprofundado do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose, recém lançado pelo Ministério da Saúde, que prevê ações até 2035.

Maiores informações no site da REDE-TB. 

PNCT realiza oficina sobre Plano Nacional Pelo Fim da Tuberculose com coordenadores estaduais

Publicado em 04/09/2017

Com a visão “Brasil livre da tuberculose”, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) promoveu nos dias 21 e 22 de agosto a Oficina  com  coordenadores  estaduais. Na oportunidade foi apresentado o plano nacional para a eliminação da doença como problema de saúde pública e  sua  programação  teve o objetivo de discutir os objetivos e as estratégias  do documento.

O PNCT acredita ser esse um momento em que todos os extratos sociais devem estar envolvidos nesse propósito, sobretudo por ser a tuberculose uma doença desafiadora para o seu controle; cabendo articulação intra e intersetorial no intuito de enfrentar os determinantes relacionados com o aparecimento da doença.

Pensando na singularidade de cada local e nos problemas vivenciados nos município, o PNCT propôs um Diagnóstico Situacional arrojado, chamado de “Cenários da tuberculose no Brasil”. Com essa inovação espera-se contribuir com o planejamento e monitoramento local, auxiliando assim na identificação de prioridades por cada município brasileiro.

Tuberculose em destaque na 15ª Expoepi

Publicado em 05/07/2017

No período de 28 a 30 de junho acorreu em Brasília a 15ª Mostra  Nacional de  Experiências Bem–Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi).

A mostra contou com a participação de cerca de três mil pessoas de todas as unidades federativas do Brasil. Foram apresentados 17 painéis temáticos, 15 mostras competitivas, duas mesas redondas e 12 sessões de pôsteres.  Nessa vasta programação a tuberculose foi tema central no painel Enfrentamento da Tuberculose: o que esperar para os próximos anos” no qual foi lançado o Plano Nacional Pelo Fim da Tuberculose pelo Dr. João Toledo,  Diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis (DEVIT), onde está inserido o PNCT.

O documento traça as estratégias para acabar com a doença como problema de saúde pública no país até 2035 e define os indicadores prioritários que devem ser utilizados para o monitoramento das ações empregadas por estados e municípios. Entre eles, a redução do coeficiente de abandono de tratamento e aumento no percentual de cura da doença. Os indicadores operacionais, para o monitoramento do controle da tuberculose, refletem o desempenho dos serviços de saúde na qualidade do cuidado à pessoa com a doença.  

Acesse aqui o Link para o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose

Dra. Denise Arakaki, Coordenadora do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) destaca que o plano foi elaborado com o objetivo de subsidiar os coordenadores dos programas locais no cumprimento das metas que estão em consonância com o plano da Organização Mundial de Saúde (OMS) e ressalta que o documento está alinhado com as políticas do SUS e é um grande avanço para mudar os paradigmas do controle da tuberculose no Brasil.

Também foram destaques no painel a fala do gerente técnico de Tuberculose da UNITAID – organização internacional que investe em novas tecnologias para diagnóstico e tratamento do tuberculose, HIV/Aids e malária, Dr. Draurio Barreira que alertou para o fato que o Brasil é o pais das Américas com a maior incidência e mortalidade por tuberculose.

O resultado e reconhecimento mostram os esforços do país para combater a doença que, segundo a OMS, é a 1ª doença infecciosa no mundo que mais mata.  

Além disso, Carlos Basilia, secretário executivo da Parceria Brasileira Contra a Tuberculose, representante da sociedade civil alertou para os desafios que o Brasil precisa enfrentar para combater a doença considerando que o pais ainda possui grandes desigualdades sociais.

A tuberculose também foi pauta no painel “Desafios atuais em vigilância de doenças transmissíveis” que entre os temas, abordou a coinfecção TB-HIV como problema de saúde pública.  Durante essa painel, Dr. João Toledo lançou a campanha para mídias sociais sobre coinfecção TB-HIV, produzida pelo Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais em parceria com o PNCT. A campanha “Contra a coinfecção TB e HIV não tem reza, não tem figa e nem mandinga: tem tratamento e prevenção” tem como objetivo chamar a atenção para a importância do diagnóstico e tratamento da tuberculose pelas pessoas que vivem com HIV. 

O apelo dos ícones de proteção e sorte, reforçam a mensagem de que não se deve relegar à sorte os cuidados com a saúde, a proposta é provocar as pessoas a terem a atitude de buscar o diagnóstico e o tratamento da TB e/ou do HIV.

A tuberculose também foi destaque no painel de lançamentos das publicações da Secretaria de Vigilância em Saúde, entre elas estavam o Protocolo para vigilância do óbito com menção de tuberculose nas causas de morte e a Cartilha do Agente Comunitário de Saúde (ACS).

O Protocolo foi desenvolvido pelo PNCT em parceria com outras representações do Ministério da Saúde, além de diversos colaboradores, os quais foram consultados e tiveram a oportunidade de construir coletivamente o matéria que tem como objetivo oferecer às equipes dos Programas de Controle da Tuberculose subsídios para implantação da vigilância do óbito relacionado à doença.  

Já a Cartilha do ACS foi produzida em parceria com o Departamento de Atenção Básica e apresenta as recomendações nacionais de controle da tuberculose, Tem como objetivo contribuir para a qualificação das atividades diárias do ACS relacionadas ao controle da doença.  

Em parceria com PNCT, o Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais lançou o primeiro boletim primeiro Boletim Epidemiológico sobre a “Coinfecção TB-HIV no Brasil: panorama epidemiológico e atividades colaborativas” que tem por objetivo descrever o panorama da coinfecção e discutir os seus desafios à luz das atividades colaborativas realizadas pelo PNCT, juntamente com o Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais.

Por fim, a tuberculose foi destaque na mostra competitiva. Dois trabalhos foram premiados. Na mostra Vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis relacionadas à pobreza, Argina Gondim da Secretaria Municipal de Fortaleza foi premiada em primeiro lugar com o trabalho “Vencendo os desafios de diagnosticar e curar pessoas com tuberculose em situação de rua.  

Na mostra, Produção técnico-científica por parte de profissional do SUS que contribuiu para o aprimoramento das ações de vigilância em saúde – Mestrado, Eliane Ferreira Mendonça da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, apresentou o trabalho sobre a Avaliação do Programa de Controle da Tuberculose: uma análise de implantação municipal que também foi selecionado em primeiro lugar.

Pesquisa em proteção social para controle da tuberculose é tema de debate internacional Brasília

Publicado em 04/05/2017

Com o objetivo de desenvolver uma agenda nacional de pesquisa em proteção social e tuberculose, pesquisadores nacionais e internacionais, gestores de programas estaduais e municipais de Controle da tuberculose, membros da sociedade civil organizada e atores chave de outros setores governamentais e não governamentais participaram, nos dias 25 e 26 de abril, do Workshop Internacional de Pesquisa em Proteção Social e Tuberculose, realizado na sede da Organização Pan-Americana de Saúde, em Brasília-DF. O Workshop foi organizado pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose (CGPNCT/SVS/MS) em parceria com a Organização Mundial de Saúde, e convocou grupos que trabalham com essas temáticas para compartilhar fontes de dados, métodos e lições aprendidas, fortalecendo parcerias já estabelecidas, e proporcionando o estabelecimento de colaborações futuras.
Na abertura do evento, o diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis (DEVIT/SVS/MS), Dr. João Paulo Toledo, salientou que “é necessário o desenvolvimento de intervenções e programas destinados a maximizar a proteção social para melhorar os resultados para os pacientes com tuberculose”.
Para a Coordenadora Geral do CGPNCT/DEVIT/SVS/MS, Dra. Denise Arakaki, o Brasil está no caminho certo, mas em sendo um país continental, o desafio para a manutenção dos serviços de tuberculose com qualidade é enorme. “Temos feito um esforço tremendo para manter o que já fizemos até hoje, mas buscamos respostas para melhorar. Temos uma série de inquietações para melhorar a qualidade de vida e o acesso ao serviço que prestamos à população”, disse, ao realçar que o maior desafio ainda hoje é manter as pessoas em tratamento. Ela explica que a alta taxa de abandono ainda tem levado pacientes ao óbito e sobrecarregado famílias. “Vamos buscar identificar projetos de pesquisa específicos de proteção social contra a tuberculose que subsidiem um plano de implementação para a pesquisa de proteção social na tuberculose no Brasil no período de 2017 a 2020”.
Para o Dr. Draurio Barreira, coordenador técnico da tuberculose na UNITAID (agência que promove acesso a novos diagnósticos e tratamentos para o controle do HIV/Aids, da Tuberculose e da Malária em várias partes do mundo), Chair  do evento, o Brasil é um exemplo de como os programas sociais de transferência de renda vem contribuindo para o controle e prevenção da tuberculose. “Por isso o interesse de tantos países em levar essa experiência para todo o mundo. A tuberculose é a doença mais exemplarmente determinada pela pobreza”, disse ao lembrar que está na pauta de discussão do workshop as pesquisas de proteção social existentes no Brasil. Para Draurio, o debate será fundamental para classificar os projetos de pesquisa de proteção social e áreas de foco.
O presidente da REDE-TB Brasil, Dr. Afrânio Kritski, defendeu, em sua fala, o uso da pesquisa no processo de alinhamento de ações dentro dos programas de tuberculose e de HIV/Aids. “A Rede cobre várias áreas de pesquisa: desenvolvimento de fármacos, novos testes de diagnóstico, vacinas, pesquisas clínicas com universidades. Mas também tem um grupo que faz pesquisas de campo, operacionais”, comentou. Ele explica que por meio de pesquisas quantitativas ou qualitativas seria possível saber os impactos das ações promovidas. “Pesquisa é uma ferramenta que precisa ser usada para o gestor verificar como estão as ações e sempre que necessário melhorar”.
Como desdobramentos das discussões e trabalhos em grupo ocorridos nos dois dias do Workshop, foi estabelecida uma Agenda Nacional de Pesquisa em Proteção Social e Tuberculose. Essa agenda identifica as pesquisas necessárias, dentro da temática, que são importantes para  informar  o efeito das diferentes estratégias de proteção social no diagnóstico, tratamento, adesão e desfechos dos casos de tuberculose. Tendo em vista o protagonismo mundial do Brasil nessa temática, a agenda (a ser publicada em breve), será veiculada pelos principais meios de comunicação nacionais e internacionais.
Um dos propósitos de se pactuar  uma Agenda Nacional de Pesquisa em Proteção Social e Tuberculose entre pesquisadores e gestores é definir  pesquisas que respondam às necessidades programáticas, e possibilitem a a construção de políticas públicas voltadas aos pacientes com tuberculose.

Parlamentares dos países do G20 convocam os líderes mundiais a agirem contra a tuberculose

Publicado em 07/04/2017

A Cúpula da TB de Berlim concluiu com um apelo aos líderes do G20 para que priorizem a TB em sua agenda antes da Cúpula do G20 em julho deste ano.

Parlamentares das nações do G20 se reuniram nos dias 20 a 22 de março para endossar o apelo e acordar formalmente uma proposta para que os Chefes de Estado considerem a TB e outras formas de resistência antimicrobiana em sua agenda de trabalho.

O evento foi organizado pela Frente Parlamentar Global de TB, com o apoio do Stop TB Partnership, da Parceria ACTION, e da Organização Não-Governamental alemã DSW.

A Cúpula é parte de uma série de eventos planejados durante o primeiro semestre de 2017 para fomentar a priorização da resistência antimicrobiana dentro da agenda do G20 deste ano. Na ocasião, parlamentares convocaram seus líderes mundiais a agir agora para evitar um "risco inaceitável" de tuberculose resistente aos medicamentos. A resistência antimicrobiana é uma ameaça para a saúde global, e a tuberculose é a única doença transmitida pelo ar que possui sua forma resiste aos medicamentos.

Estiveram presentes parlamentares do Brasil, Argentina, México, Canadá, Alemanha, Reino Unido, Arábia Saudita, Índia, França, Itália e África do Sul, que, em conjunto, acordaram uma resposta conjunta no âmbito do legislativo para a resposta contra a tuberculose e a resistência aos antimicrobianos.

A resistência antimicrobiana como uma ameaça urgente para a segurança da saúde global 

A resistência antimicrobiana (AMR) é amplamente reconhecida como uma das principais ameaças à saúde pública global. Existem diferentes estimativas sobre os custos econômicos e sociais futuros da AMR, todas elas preveem um impacto significativo à saúde e economia das nações. Embora a maioria desses custos serão futuros, eles apenas poderão ser evitados se ações abrangentes forem tomadas agora.

A tuberculose e a resistência antimicrobiana

A tuberculose é a doença transmissível que mais mata no mundo. Todos os anos, 1,8 milhão de pessoas morrem pela doença e 10,4 milhões de pessoas adoecem. A doença é causada por bactérias que são transmitidas pelo ar.

A bactéria da tuberculose tem certos atributos que são propícios ao desenvolvimento da resistência aos antibióticos. A exposição aos mesmos fármacos ao longo de muitas décadas, a resistência natural das bactérias da TB e a duração e dificuldade que o tratamento impõe aos pacientes, são os principais fatores que impulsionam o desenvolvimento de cepas resistentes em todo o mundo.

A TB, consequentemente, tornou-se a única grande epidemia transmitida pelo ar que tem sua forma resistente a medicamentos Estima-se que 200.000 pessoas morreram de tuberculose multirresistente (TB-MDR) em 2015, um terço de todas as mortes por AMR no mundo. É nesse sentindo que os parlamentares convocaram seus líderes mundiais a tomarem ações urgentes para a prevenção e enfrentamento da tuberculose resistente. Na declaração conjunta, os parlamentares fizeram um apelo aos chefes de estado para que reconheçam a carga mundial da tuberculose como a doença infecciosa que mais mata no mundo e sua relação direta com a pobreza, bem como o problema imposto pela tuberculose resistente como a principal ameaça da resistência antimicrobiana.

Os parlamentares indicaram ainda a necessidade de se estabelecer um mecanismo de apoio do G20 para acelerar o desenvolvimento de um regime de tratamento mais curto e eficaz para a tuberculose, um teste molecular rápido para as unidades de atendimento e uma vacina eficaz, e que essas ferramentas estejam disponíveis e acessíveis a todos. Por fim, solicitaram que a tuberculose fosse priorizada em iniciativas futuras para combater a resistência aos antimicrobianos e a dedicar todos os esforços necessários para enfrentar a doença no G20 e em todo o mundo.

A tuberculose mata três pessoas a cada minuto – o mundo precisa acordar para essa pandemia

Texto traduzido do site do jornal The Guardian

Publicado em 16/09/2016

A principal causa de morte por doença infecciosa em todo o mundo, a tuberculose (TB), está associada com a imigração no Reino Unido. Lá, eu disse. Agora vamos seguir em frente, porque nenhuma parede à la Donald Trump ou Brexiteer vai manter a TB do lado de fora. Devemos proibir a migração então? Francamente, esta é uma noção ridícula; daquelas que até mesmo o mais isolacionista teria que se virar para justificar.

Há realmente apenas uma escolha - é preciso atacar a TB em escala global e isso significa a necessidade de investimento no exterior

Alguns poderão argumentar que poderíamos aumentar nossa atual política de rastreio para TB (pessoas que desejam mudar para cá de países onde a tuberculose é comum seriam verificados pré-entrada) para incorporar testes e tratamento para a forma silenciosa ou latente da doença, mas isso não cobriria os milhões de pessoas que vêm para o Reino Unido por até seis meses com um visto de turista. Isso sem mencionar as considerações éticas. Em qualquer caso, não existe, atualmente, uma maneira eficaz de tratar a forma latente de TB resistente a múltiplos fármacos (MDR-TB). Então, na minha opinião, há realmente apenas uma escolha - é preciso atacar TB em escala global e isso significa mais investimentos no exterior.

Para aqueles de vocês que pensam que a tuberculose foi erradicada há muito tempo, consignada à história com os gostos de Edgar Allen Poe, pense novamente. Em 2014, estima-se que 9,6 milhões de pessoas ficaram doentes por tuberculose [pdf - em inglês] - que é o equivalente a quase toda a população da Suécia. E o equivalente a quase todos os que vivem em Estocolmo - 1,5 milhão - morreram da doença. A TB mata três pessoas a cada minuto. Se o imperativo moral para salvar essas vidas não é suficiente, a carga econômica global de TB é estimada em US $ 12 bilhões (£ 9 bilhões) anualmente. (em inglês)

A TB prospera em sistemas de saúde fraturados e subfinanciados

Em 1993, depois de décadas de declínio, as mortes por TB voltaram a aumentar. A OMS declarou a tuberculose como uma emergência global e casos de TB em partes de Londres tornaram-se tão comuns como em algumas áreas da África Subsaariana.

A pandemia global TB tem sido alimentada pela negligência: a vontade política é limitada, o investimento em diagnósticos, medicamentos e vacinas é pobre, e a epidemia de HIV desempenhou o seu papel com quem sofre cerca de 27 vezes mais probabilidade de contrair tuberculose (em inglês). A doença, em particular a TB-MDR, prospera nos sistemas de saúde fraturados e subfinanciados. A TB gera perdas globais de US $ 12 bilhões anualmente e são necessários US $ 6,4 bilhões para acabar com esta epidemia. Não sou economista, mas me parece claro onde devemos gastar o nosso dinheiro.

Em 2002, o Fundo Global de Luta contra a Tuberculose, HIV e Malária foi estabelecido. Sua estratégia de oferecer financiamento aos países e promover uma abordagem de parceria entre a sociedade privada, pública e civil, terá salvado um número estimado de 22 milhões de vidas até o final deste ano. As metas de desenvolvimento do milênio para virar o jogo sobre estas epidemias em 2015 foram alcançadas: novas infecções pelo HIV caíram 38%, as mortes por TB caíram 45%, e o número de novos casos de malária caiu em 37%.

Para TB, o Fundo Global fornece mais de 75% de todo o financiamento internacional. Sem o fundo, não haveria uma resposta internacional à doença infecciosa que mais mata no mundo. Para se ter uma noção do papel do Fundo Global na luta contra a TB, em especial, vou usar o Camboja como um estudo de caso.

Emergindo da devastação de genocídio e décadas de guerra civil da era Pol Pot, o sistema de saúde do Camboja estava em frangalhos no início dos anos 1990. O Camboja é um dos países com alta carga de TB segundo a OMS. Um estudo de prevalência em 2002 indicou que 1,5% da população tinha a doença. Minha visita recente mostrou claramente que, desde então, com o apoio do financiamento internacional,  e com um ministério da saúde engajado e um bem concebido Programa Nacional de TB, o Camboja reduziu a prevalência de TB em aproximadamente 50%.

Dr Mao Tan Eang, diretor do programa nacional de TB nacional (NTP), me disse que a chave para acabar com a TB tem sido fechar a lacuna de recursos. Em 2015, apenas 12% do programa de TB foi financiado com recursos nacionais, 47% foi financiado por doadores estrangeiros (metade dos recursos vieram do Fundo Global), e o restante ficou sem financiamento.

O objetivo do desenvolvimento sustentável número três da ONU requer garantias para uma vida saudável com a ambiciosa meta de acabar com as epidemias de Aids, tuberculose e malária até 2030. Se queremos alcançar estes objectivos, temos de acabar com o déficit de financiamento.

Este mês, o Canadá será a sede da 5ª Conferência de reposição de recursos do Fundo Global. O Canadá aumentou sua doação em 20%, a França já prometeu US $ 1.08bn, mas o Reino Unido e a Alemanha ainda não fizeram doações. Existe um imperativo moral e um forte argumento econômico para fazê-lo, e se há ainda alguma chance de sucesso, ela pode ser ameaçada por um financiamento insuficiente, a ambivalência pública e as políticas nacionais.

No século passado, perdemos o controle. Não vamos fazê-lo novamente. O progresso que fizemos desde nos deu uma plataforma a partir da qual podemos ousar sonhar em livrar o mundo dessas doenças devastadoras, mas apenas se trabalharmos juntos. Por enquanto, vamos esperar ansiosamente para descobrir se o governo britânico vai cumprir com suas responsabilidades. Vidas estão na balança.

Jessica Potter é médica e pesquisadora do Centro de Atenção Básica e Saúde Pública  do Blizard Institute, da Queen Mary University of London. 

Estudo aponta associação entre a precariedade das condições de vida e a tuberculose

 

*Fotos: Irlan Peçanha e Carlos Basilia, Observatório Tuberculose Brasil (CRPHF/ENSP/Fiocruz)
*Fonte: Escola Nacional de Saúde Pública - Fiocruz

Publicado em 01/07/2016

O Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF/ENSP) promoveu uma sessão científica com o intuito de discutir a relação entre os determinantes sociais da saúde e a tuberculose. A atividade teve a participação do pesquisador colaborador do Departamento de Endemias Samuel Pessoa (Densp/ENSP) e membro do Laboratório de Monitoramento Epidemiológico de Grandes Empreendimentos da ENSP (LabMep), Alexandre San Pedro Siqueira, que apresentou um estudo sobre a tuberculose como marcadora de iniquidade social em saúde. 

Fruto de sua tese de doutorado, a pesquisa Os determinantes sociais da tuberculose: uma análise intraurbana em área de implantação de um importante projeto de desenvolvimento econômico na Região Leste do Estado do Rio de Janeiro aponta associação entre a precariedade das condições de vida e a ocorrência de tuberculose. O estudo também revela aprofundamento das desigualdades socioeconômicas, principalmente, em áreas que sofrem com a implementação de grandes empreendimentos.

Durante a sessão, foram discutidas questões referentes à relação entre as condições de vida de grupos populacionais e a produção da tuberculose, um problema de saúde que se revela como importante marcador de iniquidade social em saúde. Na ocasião, foram apresentados resultados de um estudo de revisão sistemática da literatura sobre fatores socioeconômicos associados à ocorrência de tuberculose, além de análise intraurbana acerca de tuberculose e condições de vida no município de Itaboraí.

Segundo o palestrante, a precariedade das condições de vida associada à ocorrência de tuberculose revela aprofundamento das desigualdades socioeconômicas, sobretudo em áreas em processo de transformação do espaço urbano induzido pela implantação de projetos de desenvolvimento econômico. "Nessa situação, a expectativa do aumento do valor da terra, o aprofundamento da segmentação social e o rápido processo de reorganização socioespacial podem exercer forte influência na reprodução da tuberculose", reforçou.

Para Alexandre, os achados da pesquisa sugerem que o desenvolvimento econômico observado na área de estudo veio acompanhado da ampliação das desigualdades socioeconômicas, resultando em formas diferenciadas de exposição e adoecimento por tuberculose, vinculadas á organização do espaço urbano. "De maneira geral, a existência de um contingente populacional em situação de vulnerabilidade socioeconômica associada à ausência ou pouca efetividade de políticas intersetoriais limita a resolutividade do problema unicamente à capacidade de resposta dos programas locais de controle da doença", apontou.

Sobre a tuberculose:

Nos últimos dez anos, a doença teve uma queda de 20% no país, segundo dados do Ministério da Saúde, e também houve redução em sua taxa de mortalidade, que, no período, caiu de 2,6 mortes por 100 mil habitantes para 2,2 mortes para cada 100 mil. Com os números que vem obtendo, o Brasil conseguiu alcançar a meta do Objetivo do Milênio de Combate à Tuberculose. Apesar do progresso, ainda ocupamos o 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% de todos os casos da doença no mundo. Ainda há um longo caminho a percorrer, em particular entre as populações mais vulneráveis socialmente, que ainda sofrem grande risco de contrair tuberculose.

Recentemente, o programa Sala de Convidados, do Canal Saúde, trouxe o tema para o debate explicando como a incidência de tuberculose está diretamente ligada aos determinantes sociais da saúde. Assista aqui.

Luta por cidadania marca atividades contra a tuberculose

*Texto extraído do site da Agência Fiocruz de Notícias

Publicado em 01/07/2016

"Lutar por saúde é lutar por mais cidadania, mais justiça social, mais democracia e mais sustentabilidade da vida, de todas as formas de vida, do planeta e da humanidade”, defendeu Cândido Grzybowski na palestra Cidadania e Saúde, realizada na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) em alusão ao Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Cândido, que falou sobre as várias dimensões da cidadania, ressaltou a importância de se perceber e reconhecer, em sociedade, como um indivíduo titular de direitos. “É a cidadania em ação. É o agir para garantir os próprios direitos. Isso vale para o portador da tuberculose. Há um trabalho a se fazer junto a quem sofre, a essas comunidades que são estigmatizadas e não se percebem”, advertiu ele. Durante o encontro promovido pelo Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF/ Ensp/Fiocruz), ocorreu também o lançamento oficial do Boletim de Pneumologia Sanitária.

A mesa de abertura do evento contou com a participação da vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, do diretor da Ensp/Fiocruz, Hermano Castro, o diretor do CRPHF/ Ensp/Fiocruz, Otávio Porto, o coordenador do Observatório Tuberculose Brasil da Ensp/Fiocruz, Carlos Basília, e Jesus Paim Ramos, pesquisador do Centro de Referência. Conforme destacou Otávio, o foco desse encontro foi tentar sair da tríade tradicional: vacinação, diagnóstico e tratamento.

“Acreditamos que o fenômeno do adoecimento por tuberculose diz respeito a uma sociedade que se organiza para garantir mais ou menos saúde para a população. Na medida em que a população tem acesso a esses serviços, ela alcança também padrões de vida de qualidade que consideramos mais adequados. Infelizmente, esse não é o nosso caso. Por isso ainda somos obrigados a ter em pauta questões como populações vulneráveis, saúde e direitos humanos”, disse ele.

Jesus lembrou as diversas atividades realizadas pela Ensp e outras unidades da Fiocruz em alusão ao Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose e entregou o Boletim de Pneumologia Sanitária aos convidados do evento. “A tuberculose não é uma doença da moda ou frequentemente aparece na mídia em horário nobre. No entanto, é uma doença milenar e relevante no Brasil, com cerca de 60 mil novos casos no país, e é o microrganismo mycobacterium tuberculosis que mais mata no Brasil."

O diretor da Ensp/Fiocruz, Hermano Castro, saudou a iniciativa do boletim e ressaltou os investimentos que a Fiocruz em sua totalidade tem feito na questão da tuberculose. “Hoje é um dia de luta, pois quem trata desse tema no dia a dia sabe como é difícil enfrentar as barreiras do campo, principalmente quem está na área da assistência. Investimentos em infraestrutura e sociais são fundamentais para enfrentar e reduzir essa elevada taxa de incidência que encontramos no país”, disse ele.

Carlos Basília trouxe os dados no novo relatório global da Organização Mundial de Saúde, revelando que a tuberculose superou a Aids como um problema de saúde pública global e como índice de mortalidade por doença infecciosa. “Os indicadores de mortalidade de Aids vem decrescendo ao longo dos anos, e os da tuberculose se mantendo. E nessa manutenção está superando a Aids. Portanto, não temos o que comemorar”, lamentou ele, lembrando ainda que a tuberculose é considerada uma doença negligenciada por todos os atores e todas as instâncias: “Do ponto de vista da gestão, da academia, da pesquisa, do ensino, dos investimentos etc.” Basília destacou e agradeceu a presença e participação de diversos atores de movimentos sociais que lutam contra a tuberculose.

Nísia Trindade Lima ressaltou a importância da assistência e pesquisa coordenadas pelo Centro de Referência Hélio Fraga e lembrou o sociólogo Herbert José de Sousa ao falar sobre o documentário inspirado em sua vida Betinho: uma esperança equilibrista. “Foi uma história de vida marcada pela trajetória individual de fragilidade na saúde. Porém, em contraponto a isso, por uma força que se expressou no coletivo. Isso também representa a marca da área da saúde. Temos contribuições individuais de todos os profissionais que estão na ponta do serviço, mas contamos com a força do coletivo”, disse a vice-presidente.

O filósofo e sociólogo Cândido Grzybowski apresentou suas ideias na palestra Cidadania em Saúde. A apresentação foi coordenada pelo pesquisador do Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF/ Ensp/Fiocruz)  Pablo Dias Fortes que falou sobre a série de questões vividas atualmente no Brasil, em especial as relacionadas à conjuntura política nacional.  “A questão da cidadania e saúde reflete a compreensão da atual direção do Hélio Fraga, consubstanciado na longa tradição do Centro sobre pensar esse tema como algo absolutamente estratégico e central. Não mais para falarmos no controle da tuberculose, mas para nos engajarmos em ações pelo fim da doença. Fica cada vez mais difícil ainda justificar porque uma doença tratável e curável mata por ano de 5 a 6 mil cidadãos brasileiros. Como é possível isso? Principalmente em um país que afirma ser a saúde um direito assegurado a todos. Parece óbvio termos que reafirmar o valor da cidadania, mas estamos em um momento de reafirmar coisas óbvias. Não podemos pensar a cidadania apenas como um atributo formal de quem nasce em determinado território. Mas pensar a cidadania como relação social, que é o que a Constituição de 1988 consagra”, disse Pablo.

Cândido, que faz parte do Colegiado de Diretoria do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), comentou que a cidadania é uma relação política de igualdade que tem os direitos como qualificadores dessa relação. Em sua definição mais simples, ela é o direito de se ter direitos. Esse é o pilar central da sociedade democrática. Sobre a Fiocruz, Cândido comentou que a Fundação é um bem comum da sociedade brasileira do ponto de vista da cidadania. “Um patrimônio que todos temos que zelar e defender. Ela é símbolo de algo que a sociedade conquistou que precisa ser preservado e fortalecido sempre.”

Em sua apresentação, Cândido ressaltou ser fundamental traçar um quadro de referência sobre cidadania e fazer uma reflexão política e sociológica do que ela significa. Para ele, democracia significa criar condições de equalização. Essas se dão por meio da cidadania política. “Somos todos iguais enquanto cidadão, ao menos no prisma da política. É um processo demorado, mas esse é o princípio da democracia. O potencial transformador da democracia como método está no seu processo, não nela enquanto projeto. A democracia não nega as classes sociais, as transforma em força de transformação. A ideia não é uma destruir a outra, mas sim chegar ao ponto comum entre os diferentes visando ao melhor para todos. Fazendo uma reflexão com o que vivemos hoje, esta é uma forma de prevenir que entremos em um processo de intolerância total e não mais consigamos conviver com o diferente”, alertou Cândido, dizendo ainda que “a democracia é um pacto permanentes de incertezas criativas, em que o próprio poder político se renova por pressão da cidadania, ela se dá na rua, na prática, nos espaços públicos”.

Cândido citou Boaventura de Sousa Santos dizendo que não existe igualdade se ela é negadora da diversidade. Mas não existe diversidade se ela nega a igualdade. “É o direito à igualdade desde que não seja homogeneidade. A cidadania não é individual, ela é uma relação política e social que qualifica os lados dessa relação. Sobre a área da saúde, Cândido ressaltou o absurdo da propriedade intelectual: “A propriedade intelectual é anti-humana e anticidadã por definição, pois não existe saber humano que não seja feito cooperativamente. Nessa crise que estamos vivendo, o vírus zika, não existiria saber sobre suas consequências se não fosse a cooperação, estaríamos em estaca zero. É a privatização do comum. Em termos jurídicos, é legal. No entanto, é ilegítimo. A distinção entre o que é direito e o que não é em termos de cidadania é fundamental, pois se os direitos não são para todos, são privilégios”, disse ele.

O direito à saúde, segundo Cândido, deve ter base na equidade: “A doença pode acontecer com um e não com outro. Portanto, é um direito de todos, mas de acordo com a necessidade de cada um.” Outro ponto exposto por ele foram as dimensões da cidadania: cidadania vivida, cidadania garantida (pelo Estado), cidadania percebida e cidadania ativa. "Cândido ressaltou a importância de se perceber e reconhecer em sociedade como um indivíduo titular de direitos. “É a cidadania em ação. É o agir para garantir os próprios direitos. Isso vale para o portador da tuberculose. Há um trabalho a se fazer junto a quem sofre, a essas comunidades que são estigmatizadas e não se percebem”.

Para finalizar, Cândido falou sobre a importância da produção de dados em saúde. “O nosso olhar sobre a produção de dados de saúde nos faz olhar inclusive para o ponto de vista da cobrança de políticas de geração de dados, inclusive para a política de geração de dados, transparência, acesso à informação, entre outros”. O Ibase está desenvolvendo uma avaliação sobre a riqueza da sociedade voltada para os seus direitos e cidadania, não mais baseada no valor do seu PIB. Esse Sistema de Indicadores de Cidadania do Instituto tentou recentemente criar um indicador de direito a segurança humana em situações de riscos de desastre, mas não conseguiu obter informação da região serrana do Rio de Janeiro em área de deslizamentos e nem da área de influência do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). “A falta de dado é uma grande violação. Pois não é apenas não dar o dado. É possuir o dado e não divulgá-lo. E eles são uma ferramenta estratégica da cidadania para se avaliar, avaliar o Estado e para ser cidadania ativa. Portanto, lutar por saúde é lutar por mais cidadania, mais justiça social, mais democracia e mais sustentabilidade da vida, de todas as formas de vida, do planeta e da humanidade”, defendeu Cândido Grzybowski.
 

Projeto E se essa rua fosse minha? faz ações no Dia Mundial de luta contra a Tuberculose em Porto Alegre

*Com informações da equipe da Coordenação do Programa Municipal de Controle da Tuberculose de Porto Alegre (RS)

Publicado em 01/04/2016

A população em situação de rua é a mais vulnerável a casos de tuberculose. A alimentação é desregrada, e a exposição a intempéries do clima e ambientes insalubres facilitam o contágio. No Dia Mundial de Combate à Tuberculose, 24 de março, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) chamou a atenção para a necessidade de um olhar diferenciado no atendimento a esse público e no incentivo à continuidade do tratamento, que tem duração mínima de seis meses e não deve ser interrompido. Para marcar a data, foi realizado um evento no Ritter Hotel (Largo Vespasiano Júlio Veppo, 55 – Centro Histórico), com apresentação de documentário contando a trajetória do projeto E se essa rua fosse minha?, que finaliza em abril.

Também houve um espetáculo teatral, entrega de CD com músicas feitas durante o projeto, monólogos de histórias de vida da população em situação de rua contadas nas oficinas e análise do Programa Municipal de Combate à Tuberculose. O encontro foi direcionado a profissionais da atenção básica, pronto atendimentos e hospitais que atendem pacientes com tuberculose e contou com a presença da secretária-adjunta de Saúde, Fátima Ali.

“Durante a programação, serão apresentadas ações que pretendem sensibilizar os trabalhadores sobre o acolhimento dessa população específica, que é uma das atividades previstas no projeto de Comunicação”, disse a relações públicas Kátia Oliveira, coordenadora da área de Comunicação do E se essa rua fosse minha?. Desde abril de 2011, a Portaria nº 940 do Ministério da Saúde garante à população em situação de rua o direito de ser atendida em qualquer unidade do Sistema Único de Saúde (SUS), sem a necessidade de apresentar documento de identidade nem comprovante de residência. "O acolhimento em qualquer das 141 unidades de saúde da Capital é muito importante e tem o objetivo de intensificar o cuidado", destaca a coordenadora da Área Técnica de Tuberculose da SMS, enfermeira Taimara Slongo Amorim.

E se Essa Rua Fosse Minha? – É um projeto experimental desenvolvido em Porto Alegre no sentido de aprimorar o cuidado de pacientes com tuberculose, em especial pessoas em situação de rua, buscando diminuir os casos de abandono do tratamento. Com duração prevista de um ano, está em fase final de execução e desenvolve atividades culturais de música, grafitti, teatro e dança nos equipamentos da rede de saúde e de assistência social do município. É uma realização do Ministério da Saúde e da SMS, construído em conjunto com moradores em situação de rua, via Movimento Nacional da População em Situação de Rua do RS, com apoio da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf) e Comitê Estadual de Enfrentamento à Tuberculose. Saiba mais em http://www.tuberculosepoa.com.br/.

Incidência na Capital – Dados do Ministério da Saúde (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) levantados pela Equipe de Vigilância das Doenças Transmissíveis da SMS indicam que, em 2014, Porto Alegre é uma das capitais brasileira com maior incidência da doença, taxa de abandono no tratamento maior do que a média nacional e taxa de cura de novos casos abaixo das metas do programa. No mesmo ano, foram 1.445 novos casos na Capital, ou seja, 102,53 casos por 100.000 habitantes. Em relação à cura de novos casos, o percentual fechou em 54%, com taxa de abandono de 27%.

Tuberculose – A tuberculose é uma doença causada por uma bactéria (Bacilo de Koch), que ataca principalmente os pulmões, mas pode ocorrer em outras partes do corpo. A transmissão ocorre pelo ar. Tosse com duração maior do que três semanas associada a um ou mais itens – transpiração excessiva à noite, cansaço, falta de apetite e febre – são sintomas e podem configurar a doença. O paciente deve procurar a unidade básica de saúde para fazer o exame e, em caso positivo, iniciar o tratamento imediatamente. A tuberculose tem cura, desde que o tratamento tenha continuidade até o final."

Países de língua portuguesa juntos no controle da tuberculose

Publicado em 18/11/2015

Entre os dias 9 e 13 de novembro foi realizado, em Brasília, o Curso Internacional de Gestão da Tuberculose: Manejo Clínico e Vigilância Epidemiológica para gestores dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a CPLP. Foi uma iniciativa do Ministério da Saúde para dar continuidade às atividades da Rede de Investigação e Desenvolvimento em Saúde de Tuberculose (RIDES-TB) da CPLP, instituída em fevereiro de 2014.

O curso teve o objetivo de capacitar os gestores dos Programas de Controle da Tuberculose dos países convidados e foi ministrado pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), do Ministério da Saúde do Brasil, e por outros convidados.

No total, cinco países enviaram seus representantes. Os convidados de Angola, Guiné Equatorial, Guiné Bissau,Moçambique e São Tomé e Príncipe compartilharam as aulas com os coordenadores dos programas estaduais de controle da tuberculose do Distrito Federal, Amapá, Roraima e o com a coordenação do programa municipal de Recife.


Entrega dos certificados
As aulas tiveram como ênfase as questões relacionadas ao diagnóstico, prevenção, tratamento, vigilância, planejamento, monitoramento e avaliação e comunicação, advocacy e mobilização social. Houve também uma oportunidade de compartilhamento de experiências por meio de apresentações dos países, estados e município da situação da tuberculose nas suas realidades. 

Para Cintia Dantas, consultora técnica do PNCT, eventos como este representam uma oportunidade de integração importante para os participantes. "Ambientes como esse proporcionam a troca de experiências e o compartilhamento de soluções para problemas que, normalmente, são comuns", conclui Cintia.

PNCT realiza a primeira visita de Monitoramento e Avaliação ao Rio de Janeiro após Projeto Fundo Global

 

Publicado em  10/12/2012

Durante toda esta semana, técnicos visitarão unidades de saúde da família, hospitais de referência, laboratórios e outros serviços para verificar os avanços e definir as novas recomendações


O Brasil tem elevado número de casos e óbitos por tuberculose. Por esta razão figura entre os 22 países que respondem por 80% dos casos novos que ocorrem no mundo. Com uma população de 16.112.678 habitantes (População IBGE-2011), a taxa de incidência do Estado do Rio de Janeiro em 2010 foi de 70,7 casos novos por 100.000 habitantes e a taxa de mortalidade foi de 5,7 óbitos por 100.000 habitantes. Estas taxas representam aproximadamente o dobro da média nacional.

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2011, foram registrados 11.654 casos no estado do Rio de Janeiro. Em 2010, a taxa de cura em bacilíferos foi de 66,4%, sendo que o preconizado pela Organização Mundial da Saúde é de 85%. O abandono do tratamento no mesmo período foi de 12,3%, quando o recomendado é que seja inferior a 5%.

O Rio de Janeiro é a 6ª capital em incidência de casos e 1ª em taxa de mortalidade do Brasil. Os números apontam que a capital contribui com cerca de 51% dos casos novos registrados no Estado e que a taxa de mortalidade por tuberculose em 2010 foi de 6,8 por 100.000 habitantes.

De 10 a 14 de dezembro, técnicos do Ministério da Saúde, com apoio da secretaria estadual e secretarias municipais de saúde do Rio de Janeiro e Duque de Caxias, realizam visitas de monitoramento e avaliação (M&A) com o objetivo de contribuir política e tecnicamente para a melhoria contínua da capacidade de resposta dos estados e municípios ao controle da tuberculose.

A visita teve inicio nesta segunda-feira com apresentação da situação da tuberculose no estado e municípios a partir de diferentes perspectivas: do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT/SVS/MS), Programa estadual e Programas municipais. À tarde, a subsecretária de Vigilância em Saúde, Hellen Myiamoto, recebeu o coordenador geral do PNCT, Draurio Barreira, para analisar a situação da tuberculose e discutir estratégias de controle da doença no estado. 

Entre os assuntos discutidos, a situação epidemiológica do Rio de Janeiro, a implantação do teste rápido para tuberculose (Gene Xpert) e o mapeamento de parceiros e formas de cooperação para o fortalecimento e ampliação das ações para o controle da doença.

"Temos observado uma melhora geral nas ações devido à expansão da cobertura da atenção básica. No entanto, nos questionamos como é possível a cidade do Rio de Janeiro cair de 1º para 6º lugar no ranking de incidência e ainda assim ser o 1º quando se fala em taxa de mortalidade. Precisamos identificar qual é o problema", pontuou Draurio. 

De acordo com a coordenadora do PCT estadual, Ana Alice Bevilaqua, a maior preocupação deles tem sido justamente a perda de qualidade durante o processo de expansão e descentralização das ações de tuberculose. Além disso, destacou que o programa tem enfrentado problemas relacionados à falta de recursos humanos em serviços estratégicos.

O coordenador do PNCT ressaltou a importância de se ampliar a articulação intersetorial, estreitando, por exemplo, os laços com a Assistência Social. Lembrou também que o Rio de Janeiro é um dos poucos estados que já possui uma Frente Parlamentar de luta contra a Aids e a Tuberculose instalada e que esta pode contribuir para a sustentabilidade política e financeira das organizações da sociedade civil organizada, entre outras ações  "Precisamos nos aproximar pois eles carecem de assistência técnica para a construção de propostas para o controle da tuberculose", recomendou.

Até sexta-feira, técnicos do Ministério da Saúde e das secretarias estadual e municipais de saúde passarão por unidades hospitalares, coordenação estadual e municipais dos Programas de Controle da Tuberculose, do Rio de Janeiro e Duque de Caxias, sistema de informação estadual, unidades de saúde básica e Estratégias de Saúde da Família, LACEN, laboratório municipal e hospitais de referência. Também está prevista reunião com representantes da sociedade civil organizada.

A visita conta com o apoio de técnicos das coordenações estaduais e municipais do Paraná, de São Paulo, Santa Catarina e do Ceará, integrantes da Rede de Brasileira de Comitês para o Controle da Tuberculose.

Além da avaliação, o encontro também possibilita integração e troca de experiências entre os profissionais envolvidos. A partir destas visitas são identificados obstáculos nos aspectos técnicos e de gestão relacionais à estratégias e atividades de controle da tuberculose.

Na sexta-feira haverá reunião devolutiva da visita, com as recomendações para estado e municípios.
 

Comitê Metropolitano do Ceará realiza exposição itinerante na Escola dos Bombeiros em Fortaleza

 

Publicado em  12/11/2012

O Comitê de Tuberculose do Estado do Ceará busca novos aliados, desta vez, soldados, para o combate desta doença, que continua vitimando muitas pessoas na cidade.

A ação foi coordenada pela presidente da Associação de Amparo aos Pacientes com Tuberculose- APTU Argina Gondim, os Enfermeiros, Fagner Lopes e Elaine Barbosa, a Assistente Social Ana Sueld, a Terapeuta Ocupacional Edilúcia Santiago e Mesquita.

Durante o evento os profissionais informaram sobre a Tuberculose de  forma lúdica através de vários jogos e solicitaram dos  quinhentos alunos que visitaram a exposição a parceria na busca de sintomáticos respiratórios.

Os novos "Xerifes" das salas de aula, agora estão atentos: "Tosse por mais de três semanas pode ser Tuberculose e deve-se procurar a Unidade de Saúde mais próxima para investigar."
 

Deputado lança nova campanha durante mobilização no Congresso Nacional pelo fim da tuberculose no Brasil

 

Publicado em  01/11/2012

Nos dias 30 e 31 de outubro, o Congresso Nacional foi palco de atividades de mobilização pelo fim da tuberculose no Brasil.  Ativistas, estudantes e profissionais de saúde estiveram nos corredores da Câmara e do Senado levando informações sobre a doença para reforçar que a tuberculose ainda existe e deve ser combatida. 

Para estas atividades, foi montado o estande "Pelo Fim da Tuberculose" no Espaço Mário Covas (anexo II da Câmara dos Deputados), no qual foram distribuídos materiais educativos sobre a tuberculose e exibidos videos de campanha sobre coinfecção Tuberculose e HIV/aids. 

Os ativistas visitaram 57 gabinetes com o objetivo de sensibilizar os parlamentares, mostrando a eles possíveis formas de atuação do Legislativo na luta contra a tuberculose, seja por meio de projetos de lei que beneficiem o paciente ou por emendas parlamentares que possam subsidiar pesquisas e ações de controle da doença.

Cerimônia de abertura

A abertura oficial do estande aconteceu na tarde desta terça-feira (30) e foi conduzida pelo presidente da Frente Parlamentar de luta contra a tuberculose, deputado Antônio Brito (PTB/BA), com a presença da vice-presidente da Frente, deputada Benedita da Silva (PT/RJ), do presidente da Frente Parlamentar da Saúde, do deputado Darcísio Perondi (PMDB/RS), do coordenador adjunto do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde, Fabio Moherdaui, do diretor adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Eduardo Barbosa, do representante da Organização Panamericana da Saúde – OPAS, AlfonsoTenorio Gnecco e o representante do movimento social de luta contra a tuberculose, Carlos Basília.

Em discurso, Antônio Brito relembrou a primeira ação da Frente: a aprovação da emenda ao artigo 51 da LDO 2013, que dispensa a detenção do CEBAS para o repasse de recursos às entidades privadas sem fins lucrativos que atuam na área de prevenção, promoção e atenção às pessoas com HIV/aids, hepatites virais, tuberculose, hanseníase, malária e dengue. 

Segundo Brito, os índices de casos novos, mortalidade e abandono do tratamento ainda estão distantes do que é recomendado pela Organização Mundial da Saúde. "Isso é resultado da falta de informação e defasagem de métodos mais eficientes de detecção e tratamento da doença", destacou. 

Em seguida, o deputado anunciou nova campanha da Frente Parlamentar de luta contra a tuberculose: "Brasil 100 Tuberculose" com o objetivo de incentivar os deputados federais a destinarem pelo menos 100 mil reais em emendas para pesquisa e implementação de ações para o controle da tuberculose no Brasil.

A deputada Benedita da Silva reafirmou seu compromisso na luta contra a tuberculose, visto que o seu estado, o Rio de Janeiro, é o que apresenta o maior índice de mortalidade da doença. A deputada vem trabalhando este tema junto ao movimento social de luta contra a tuberculose do Rio de Janeiro, buscando meios para a sustentabilidade das ações de controle da doença. 

Ela destacou a importância de se buscar novas parcerias e envolver diferentes setores para se ter recursos suficientes para se construir um Brasil sem tuberculose, sem aids. "Um Brasil com saúde total! Isso é o que todos desejam. E, nesta causa justa, estou me somando”, exclamou.

O coordenador adjunto do PNCT, Fabio Moherdaui, agradeceu aos deputados pela iniciativa pioneira e destacou a importância da replicação de Frentes Parlamentares no âmbito estadual e municipal. "Afinal a tuberculose é uma doença socialmente determinada, o que exige apoio político e intersetorialidade que vão além da área da Saúde", explicou.

O diretor adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Eduardo Barbosa parabenizou a iniciativa da Frente e destacou a importância da eliminação da tuberculose para dar qualidade de vida para as pessoas que vivem com HIV/aids. 

A mobilização seguiu até quarta-feira (31), com a exibição de vídeos da campanha “TB+HIV – Essa dupla não combina”. O vídeo alerta para os perigos da coinfecção, visto que a tuberculose é a doença que mais mata pessoas que vivem com a HIV/aids. No caso das pessoas com HIV/aids, é recomendado fazer a prova tuberculínica anualmente como forma de prevenção. Com o diagnóstico precoce de uma infecção latente, a pessoa poderá ser tratada, evitando o desenvolvimento da doença. Este é um exame simples e disponível nos serviços de saúde do SUS.

Juventude dá força ao movimento

A mobilização no Congresso Nacional contou com o apoio das bandeirantes de Brasília que participaram da ação de mobilização com graça e responsabilidade. Gostaram tanto que se disponibilizaram a participar de outras atividades de luta contra a tuberculose. 

A União Nacional dos Estudantes (UNE) que tentava entrar na Câmara dos Deputados para reivindicar mais recursos para educação também aderiu às atividades de mobilização da tuberculose.

O ativista Alexandre Milagres conversou com os  estudantes e propôs o engajamento do movimento estudantil para conscientização de temas como Aids, Tuberculose, Tabagismo e Diabetes.

O presidente da UNE, Daniel Iliescu, aceitou a proposta e destacou a importância de parcerias entre movimentos sociais. Deste encontro, contatos foram estabelecidos e reuniões programadas para articulações.

Estudantes de enfermagem da Unieuro também participaram da mobilização.
 

Sala de Situação TB é lançada em São Paulo

 

Publicado em 27/09/2012

Durante o Fórum Estadual da Tuberculose de São Paulo, realizado nesta terça-feira (25), foi lançada plataforma virtual que facilitará o acesso a dados e indicadores atualizados da tuberculose e subsidiará o monitoramento e avaliação da doença no âmbito dos municípios, regiões e grupos de vigilância epidemiológica, segundo os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). 

A Sala de Situação, como é chama esta plataforma, é um produto do Projeto Inovador da REDE M&A TB, projeto Fundo Global, do Comitê Metropolitano de São Paulo e da Costa da Mata Atlântica.

O projeto é voltado para os profissionais de saúde, gestores, sociedade civil e grupos envolvidos no controle da tuberculose e tem como objetivo incentivar o monitoramento e a avaliação da tuberculose e subsidiar discussões sobre esta doença nas diversas instâncias.

Expedições Doenças Sem Fim

 

Publicado em 04/09/2012

Por meio de uma linha do tempo, o site promove uma viagem para desvendar o passado e o presente, ao longo de 100 anos, de doenças que já deveriam ter sumido do território e, no entanto, fazem parte da rotina em pleno 2012. De década a década descubra o que revelaram cientistas, conheça artigos de repercussão e atente principalmente para os personagens reais, sobreviventes de uma injusta e desigual luta pela vida.

A reportagem especial Expedições, doenças sem fim encontrou crianças expostas à esquistossomose e toda a sorte de verminose, tomando banho e fazendo necessidades fisiológicas nos rios porque não têm banheiro em casa.

Descobriu jovens da cidade e do interior com o coração quase parando por causa de uma doença sem registro obrigatório. Deparou-se com adolescentes grávidas marcadas pela hanseníase e leishmaniose. Resgatou velhos e novos herdeiros da doença de Chagas, além de uma nova geração vítima de tracoma e tuberculose. Foi atrás da quase exterminada filariose, que ainda atormenta quem mora junto a córregos e esgotos. A tuberculose também não ficou de fora.

Veja o site aqui. 

Representantes da OPAS visitam o Brasil para monitorar ações de controle da TB no país

Publicado em 25/04/2012

Brasil recebeu, entre 8 e 17 de abril, a visita de representantes do Programa Regional de Prevenção, Controle e Eliminação da Tuberculose da Organização Pan-Americana de Saúde - Washington (OPAS-WDC).

Coordenados pelo responsável do Programa Regional de Prevenção, Controle e Eliminação da Tuberculose da OPAS, Rafael López, os monitores visitaram as cidades de Manaus, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. O objetivo da visita foi o de monitorar as ações para enfrentamento da tuberculose no Brasil e conhecer projetos e iniciativas de controle da doença, além de recomendar ações ao Programa Nacional de Controle da Tuberculose e estratégias para o fim do agravo.

Os monitores reuniram-se com setores do Ministério da Saúde, entre eles: Departamento de Atenção Básica; Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB); Departamento de Assistência Farmacêutica; Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais; Secretaria Especial de Saúde Indígena; Sistema de Informação de Agravo de Notificação. A comitiva também visitou outros setores federais, como Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ministério da Cidadania e a Frente Parlamentar de Luta Contra a Tuberculose.

Fundo Global e Programa Nacional de Controle da Tuberculose realizam oficina sobre estratégias de comunicação

Publicado em 17/04/2012

Entre os dias 16 e 18 de abril a comunicação foi  o tema principal de oficina realizada em Brasília para discutir estratégias de utilização da  informação como meio para ampliar o controle da tuberculose.

Patrícia Werlang, representante do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, esteve presente ao evento e destacou a importância da informação para o controle da doença no Brasil. “Precisamos reforçar o contexto da mobilidade social, por meio dos comitês metropolitanos. A informação é uma ferramenta de comunicação que pode fortalecer o trabalho de combate à tuberculose no Brasil. Com estratégias de comunicação bem estabelecidas e subsidiadas, os comitês regionais poderão ampliar as ações no contexto social de cada um”, reforçou.

A proposta  da oficina “Faça a Informação Circular”, foi a troca de experiências por meio de exercícios práticos para elaboração de conteúdo de comunicação para veículos impresso, rádio, internet e vídeo. Representantes dos comitês metropolitanos de todo os estados brasileiros participaram do encontro.

Conheça o material produzido nas oficinas

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